Acolher ou despedir?

Na multiplicação dos pães e peixes, Lucas nos coloca diante de duas atitudes para com as pessoas que estavam ouvindo o Mestre: a de Jesus e a de seus discípulos. A atitude de Jesus era de acolhê-las e cuidar delas; já a atitude dos discípulos era de despedi-las, a fim de que cada um fosse para onde bem entendesse.

Uma leitura atenta do texto nos mostrará que os discípulos desejavam que Jesus despedisse as pessoas não por descaso ou desamor, pois eles estavam preocupados com o bem-estar delas. Contudo, dispensá-las seria mais fácil do que acolhê-las, visto que era uma solução que não lhes custaria tanto.

Acolher nem sempre é fácil. Pelo contrário, na maioria das vezes, parece ser desafiador. Quando olhamos para Jesus, o acolhimento é a postura mais adequada. O Mestre nos ensinou não somente a perceber do que as pessoas precisavam, mas, sobretudo, acolhê-las em suas particularidades quando elas necessitam.

Nós não conseguimos ver Jesus, nem tocá-lo. Para isso, teríamos que transcender. Todavia, quando desejamos vê-lo ou tocá-lo, podemos fazê-lo por meio de pessoas: quando fazemos o bem aos outros, fazemos a Jesus. Sim, acolher pessoas sempre se parecerá mais com Jesus do que as despedir.