Olhar da consciência

Esse ensino de Jesus sugere que o olho é ao mesmo tempo luz e lente, através da qual a imagem do mundo ao redor entra no homem e é compreendida por ele. É o canal em que a consciência do que se passa fora e dentro de nós mesmos se amplia mais. Esse olhar da consciência pode ser visto pelo menos de duas formas: por nossa percepção da temporalidade e nossa relação com a individualidade.

Quando a nossa vivência do tempo é mediada pela fé em Cristo, as ações que fazemos ganham um caráter de marcante historicidade. O que se transforma em história é o que é digno de registro, o que marcou uma época. Nesse sentido, a experiência com Jesus é um permanente convite a que façamos história, a que nos tornemos relevantes, a que impactemos a realidade à nossa volta.

A noção de singularidade implica o reconhecimento da individualidade e da especificidade daqueles com os quais convivemos. A fé em Cristo é a força propulsora que nos incentiva a criar laços, raízes mais profundas nas relações que estabelecemos, experimentando o que é verdadeiramente a ação solidária. No fundo, somos convidados a brilhar, como desejou Jesus no Sermão da Montanha.