Vazios, mas cheios

“Lilias Trotter tinha o potencial de ser a maior artista do século 19”, declarou o crítico de arte mais importante da Inglaterra. Mas ela resolveu colocar de lado essa ambição para ser missionária. Serviu durante 40 anos no deserto da Argélia. “Vejo claramente, como a luz do dia agora, que não posso me dedicar à pintura da maneira que meu professor quer, e continuar buscando primeiro o Reino de Deus e sua justiça”, disse ela.

A artista e missionária decidiu se dedicar a servir os pobres, usando sua arte para ajudar os oprimidos a encontrarem apoio e o próprio Cristo. Um outro artista lhe perguntou se isso não era um sacrifício grande demais, e ela respondeu que estava satisfeita por ter “independência da alma, que é a liberdade dada àqueles que não têm nada a perder, porque não possuem nada”.

É preciso eliminar as palavras “eu”, “mim”, “meu” do vocabulário da nossa vida, propondo-se um autoesvaziamento. Jesus se esvaziou totalmente, não utilizando os próprios méritos por ser Deus, e fez-se maldição por nós para que pudéssemos servir aos outros. Trotter buscou obedecer à mensagem de Cristo, e nos inspira a fazer o mesmo.